Começou por se nascer sempre nos hospitais "da terra". Parecia uma promoção justa. Demorou a que o pai pudesse estar presente, mas finalmente essa prática generalizou-se. Depois passou a nascer-se no bloco de partos do Serviço de Obstetrícia mais próximo (ou a caminho dele) - inevitavelmente muitas vezes distante mas com melhor ciência. Era um progresso. Entretanto a morte, o outro telómero, foi, ela própria, exigindo promoção hospitalar. Não parecia tão justo mas parecia inevitável.
Finalmente, depois de se passar a morrer "sempre" nos hospitais, esboça-se um novo "avanço" : morrer sempre nos Cuidados Intensivos. Morrer um órgão de cada vez. Morrer rodeado de sofisticada tecnologia como o século pede. Com poucas visitas mas muitas exigências. Morrer distante da dignidade que se teve. Morrer só.
Justo?
POST REPOSTO DO BLOG XLOSTREETJOURNAL 2006
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