Quando "aceitei o desafio" de colaborar num blog como este sabia que corria alguns riscos.
O primeiro desponta do facto de que este blogue nasceu como um blogue político, apesar de acreditar que o projecto de se diversificar se vai concretizar. Política ideológicamente conotada e Medicina são uma mistura poucas vezes saudável. Esperemos que esta seja um desses casos. A situação agravou-se porque o blogue nasceu em período pré-campanha e é hoje evidente que uma das suas motivações (é o que penso e espero não ofender ninguém) era contribuir para o derrube de José Sócrates, respondendo, julgo entender, a um apelo que milhares e pessoas não filiadas em partidos políticos sentiram de resposta patriótica ao que sucedeu nos últimos 6 e principalmente nos últimos 2 anos. Tentarei distinguir o qie é opinião política ideológica que publicarei na página mãe do blogue daquilo que é mais do foro da Medicina que deixarei por aqui.
O segundo origina-se no facto de que, dirigindo eu uma Unidade de Cuidados Intensivos de um Hospital Central (terciário,) ter de ter especial cuidado em não infringir os meus deveres de médico e de dirigente da administração pública. Em Portugal a liberdade é da espessura duma folha de papel e nem na academia se olha com bons olhos quem tem opinião própria, quem não se limita a ser um seguidista, a principal característica dos carreiristas.
Ao decidir estender a minha colaboração ao governo no que toca à política geral de saúde enfatizo ambos os riscos supracitados. Faço-o por dever de cidadão e de médico e estou disposto a pagar o preço necessário.
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